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Toxinfeções Alimentares em Saúde Pública

Atualizado: 28 de set. de 2023


Um dos eventos nacionais de Saúde Pública com maior destaque este mês foi o dos casos de toxinfeção alimentar associados ao consumo de broa de milho na Região Centro de Portugal, que motivou um comunicado conjunto DGS/ASAE divulgando a recomendação de não consumo deste produto alimentar nestes locais.


Habitualmente, definimos uma toxinfeção alimentar como uma situação de doença, causadas por um agente infeciosos ou tóxico, e que está associada (ou que se assume estar associada) ao consumo de alimentos ou água. Dizemos que é coletiva, quando esta situação se verifica em duas ou mais pessoas e se assume ter origem comum (excetua-se deste critério o botulismo ou situações de envenenamento químico, em que bastará um caso).


A manifestação deste tipo de doenças é muito variável, dependendo do agente envolvido. As situações mais comuns envolvem sintomas gastrointestinais, como diarreia, vómitos, febre e dor abdominal, mas poderá surgir outro tipo de sintomatologia envolvendo outros sistemas.


Uma vez que este tipo de eventos pode afetar um elevado número de pessoas, nomeadamente grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com comorbilidades, faz com que se tornem situações de elevada relevância para a Saúde Pública.


Assim, as equipas de saúde pública, lideradas por um médico de saúde pública, têm a responsabilidade de rapidamente investigar estas toxinfeções alimentares coletivas, de forma a encontrar a origem do problema e impedir o aparecimento de novos casos. Para isso é desenvolvido um extenso trabalho de campo, com inquéritos epidemiológicos, articulação com os serviços de saúde e colheita de amostras biológicas e alimentares para encontrar o agente responsável. Durante todo este processo, temos também a responsabilidade de informar a população e implementar as medidas de controlo necessárias à diminuição do risco.


Fora do contexto de surto, a Saúde Pública deve apostar na prevenção, promovendo e garantindo que sejam cumpridos todos os pressupostos da higiene segurança alimentar em toda a cadeia dos alimentos, desde a produção até ao consumo.




Rui Pedro Leitão

Médico de Saúde Pública no ACES Baixo Vouga



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